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Hoje foi um dia de mais mudanças para quem faz SEO e utiliza os dados do Keyword Planner…

Os profissionais de SEO que não tem uma conta no Google AdWords com campanhas de anúncios ativas e precisaram verificar o volume de alguma palavras-chave hoje, devem ter tido uma grande surpresa (e um pouquinho de frustração também). Seguindo os ocorridos desde junho deste ano, quando alguns usuários relataram que não estavam conseguindo acessar a ferramenta do Keyword Planner sem uma campanha de anúncios ativa no AdWords, o Google limitou o acesso à informação pelos usuários sem campanhas ativas (anúncios pagos), mostrando apenas um range do volume de pesquisas para determinada palavra-chave. Essa foi a tela que muitos viram hoje:

SEO

Como você pode ver o range é bem amplo, por exemplo: 0 – 100, 100 – 1mil, 1mil – 10mil, 10mil – 100mil, 100mil – 1milhão e por aí vai… Isso torna os dados ali presentes totalmente inúteis para quem utilizava a ferramenta para fazer as projeções de volume de pesquisas para SEO, principalmente quanto mais alto fica o número de pesquisa. Afinal, 100mil é muito diferente do que 1milhão!

Com o destaque amarelo tradicional, a seguinte mensagem é exibida:

“Esta página mostra intervalos de volumes de pesquisas. Para uma visualização mais detalhada, configure e exiba uma campanha.”

Indicando que para ter acesso aos dados de pesquisas de forma mais detalhada, você deveria configurar e veicular uma campanha. Ocorre que a maioria das pessoas que faz SEO sempre utilizou a ferramenta para mensurar o volume médio mensal de pesquisas e verificar a sazonalidade em alguns casos, como “instalação de ar condicionado rio de janeiro” que claramente tem um pico de pesquisas em meses mais quentes. Repare na imagem acima que o gráfico de barras azuis que antes era exibido para apontar o volume de pesquisas em cada mês também desapareceu!

A mudança ocorrida hoje é apenas uma continuação dos esforços do Google que sempre existiram para impedir o trabalho dos SEOs. Ocorre que pelo menos desde 2005, quando a equipe de combate manual ao spam do Google foi expandida até Hyderabad, esses esforços consistiam 90% em review manual e aperfeiçoamentos de algoritmo (o “robo” do Google), como em 2012 com o famoso “Pinguim”.

Mas isso ocorreu do nada? Por que isso agora?

Em fevereiro deste ano, você começou a ver até 4 linhas de anúncio (AdWords) nas SERPs do Google, diminuindo a visibilidade (e até o número) dos resultados orgânicos. O que se mostrou bom no começo, entretanto, acabou sendo um tiro no pé, encorajando mais ainda usuários a pularem os anúncios, que chegavam a cobrir o espaço de um tela inteira em alguns casos, e diminuindo o número de clicks em cada link patrocinado em alguns casos, já que agora eram apresentadas mais opções pagas para se clicar também – o que não agradou nem um pouco alguns anunciantes. Por conta disso, ainda em fevereiro, um formato sem barra lateral de anúncios que já havia vindo sendo testado (informação do Google) foi adotado nas SERPs, sumindo obviamente com os Ads na lateral das páginas de resultados. Isso ainda não foi suficiente para evitar que usuários pulem os Ads…

Para tentar melhorar essa situação, em abril, um mês depois, o Google começou a rodar testes em alguns países, permitindo um tamanho maior (mais caracteres) nos textos e títulos dos links patrocinados e testando uma nova cor para o label indicativo de um link patrocinado. Um verde em tom igual ao do link para a URL, deixando os anúncios bem mais discretos e mais flexíveis em termos de informação. Pelo vistos os testes foram bem sucedidos, já que este é o atual formato global, exibido em todas as SERPs. Mas como tudo feito “correndo” alguns probleminhas ocorreram como, por exemplo, anúncios com títulos truncados nas SERPs o que foi corrigido em maio com o aumento da largura da coluna dos resultados principais em alguns pixels.

No começo de junho, foi a vez o Google AdWords bloquear o acesso à ferramenta do Keyword Planner para aqueles que não têm uma campanha de anúncios do AdWords ativa (como falamos no começo deste post). No entanto, eles voltaram atrás mais tarde, alegando que o ocorrido foi um “problema técnico” que afetou algumas contas. Claramente a desculpa não convenceu e muitos viram isso como um indicativo que o Google iria começar a restringir o acesso as informações a menos que houvesse uma campanha ativa dentro da conta. Não deu em outra…

No dia 28 de junho, começaram a circular alguns posts de usuários insatisfeitos com o novo modo como estavam sendo exibidos os volumes de pesquisas mensais na ferramenta. Pelo que pode ser levantado, esses números estavam sendo agrupados, exibindo na verdade a total de pesquisas para a palavra-chave e algumas variações da mesma como plurais, siglas e a versão extensa, variantes de terminação (ex: desenhista, desenho, desenhado), etc. Seria um novo “erro técnico” se não fosse o que ocorreu hoje, como relatamos no começo no post, com uma nova e comprovada restrição ao acesso da informação para não-anunciantes.

Claramente o ocorrido não é algo inesperado e, desde o começo do ano, todas essas mudanças com cara de apressadas, vistos os pequenos erros e ajustes que precisaram ser feitos depois, nos dizem muito…

O que as mudanças ocorridas indicam para nós e o trabalho de SEO?

O Google é uma empresa. Empresas tem metas.

O AdWords ainda é o grande gerador de receita do Google e não duvide que existem metas no aumento dessa geração de receita, independente de qualquer coisa. Essa meta não vai ser cumprida sem ações para isso, principalmente em um 2016 com outras frentes para se fazer anúncios na internet com ótimos ROIs tomando parte do orçamento de empresas e negócios, como o Facebook Ads, por exemplo.

SEO - Google AdWords

O excelentes resultados e retornos alcançados por quem tem investido em SEO e na qualidade do tráfego orgânico também não contribuem para se investir mais nos ads do Google, obviamente. Cada vez mais negócios tem se beneficiado e crescido migrando o gasto com o AdWords para ser investindo em SEO e isso deve continuar acontecendo. E todas essas ações são exatamente esforços do Google para lutar contra isso. Como ele pode…

A internet é grande demais para as custosas equipes de reviews manuais darem conta sozinhas. Mudanças no algoritmo impactam diretamente a experiência do usuário e isso é algo muito delicado, difícil de ser realizado. Desde o “Pinguim” não foi possível fazer muito mais com o algoritmo, tirando as mudanças para dispositivos móveis e tudo mais. Assim, realmente não resta muito a ser feito se não mudanças diretas na plataforma, com o objetivo desta vez de melhorar a experiência dos anunciados e tentar atrapalhar, como for possível, o trabalho dos SEOs. Que neste caso utilizavam abertamente o Keyword Planner como auxiliar no keyword research, que inclusive é (ou era) base para muitos softwares de SEO, como alguns trackers.

De imediato nada muda, mas reflexões para o futuro devem ser feitas. Em que você apostaria como próximo passo do Google?